O Errado estará mesmo errado? E o Certo?

Certo-ou-Errado

Com base num desafio sobre esta coisa de errado e certo, e de um ser sempre aquilo que a palavra indica e que ninguém esteja a fazer o certo e todos o errado, talvez assim não seja.

Uma primeira constatação que se deve fazer é a sequem ou o quê que se usa para determinar tal característica. Mesmo sendo com base no Conhecimento científico e com toda a sua competência de replicabilidade e fiabilidade (manutenção de algo ao longo do tempo), o certo talvez seja o menos errado e o errado o menos certo, ou seja, o totalitarismo da ideia/conceito/comportamento, não existe, há sim a generalização que acabamos por fazer consoante aquilo que são as constatações posteriores que fazemos de algo/alguem ou atitude.

Colocando desde logo a possibilidade de o conhecimento científico ter apoio de estruturas como desvios padrão e erro nos estudos, e somente sustentando esta incoerência classificava, a atribuição de certo ou errado está na forma como cada um sente e interpreta algo.

Porque o nosso comportamento traz consigo, sempre, a dicotomia entre o que nos faz sentir bem e algumas consequências menos boas, e também porque há uma tendência de centralização na vertente menos positiva, acabamos por achar que o errado é o que toda a gente faz e o certo ninguém. O mesmo raciocinio se aplica há nossa avaliação do comportamento do outro e assim acaba por o ciclo se manter.

O certo e o errado veste um pouco o papel da verdade e da mentira, eles vêem envoltos numa subjectividade imensa traduzida na interpretação de quem faz/sente/diz, etc…

Talvez esta seja mais uma noção das vicissitudes dos fundamentalismos e da necessidade que temos de viver em duvida sistemática e colocada de forma metódica. Só assim conseguiremos caminha para o certo, ago inatingível porque mutável ao longo do tempo, quer seja pelos nossos interesses, quer seja pelas condições sociais/económicas entre outras.

Porque viver na duvida acabamos por cair no auto-engano de que o que está certo ninguém faz e o que está errado é o que toda a gente faz. Se tivesse de escolher, o que não tenho até porque não faço o errado nem o certo, faço uma aproximação ao que considero poder e dever fazer num determinado momento, não duvidaria em escolher o errado, só ele fará crescer.

Porque a escolha se não coloca, continuarei a fazer o que em determinada altura me parece provocar menor exposição aos riscos que são identificados, e porque não tenho poderes paranormais, nada me diz no aqui e agora que no futuro não possa questionar o que estou a fazer.

Façamos o que pensamos ser a melhor das opções, deixemos lá de parte os certo e os errados, os verdadeiros e os falsos/mentiras, vamos viver não na ilusão, mas na certeza que a probabilidade de no futuro as nossas acções, que hoje e mesmo depois de um profundo pensamento sobre elas e de feitos todos os planos sequências e termos gasto todas as metodologias que temos para tentar objectivar o não objectiváveis, são avaliadas como “a fazer” serem consideradas num futuro próximo como “não deveriam ter sido feitas”.

Acertar, Errar, só se consegue com uma acção FAZER. E não liguem muito o complicómetro, ele não ajuda nada a viver.

(JPP, 2016. Live your life as a question)